sexta-feira, 20 de março de 2009

Partida - 15/01/2009

Os paulistanos já começavam a voltar para casa do trabalho quando saímos de Alphaville para nossa viagem de 45 dias pelo nordeste do país. Pelo horário que saímos acabamos enfrentando um pouco de congestionamento na Marginal Tietê antes de ingressarmos na estrada. A viagem foi tensa por causa da chuva forte que nos acompanhou de Taubaté até o Rio de Janeiro, nosso primeiro destino. Chegamos quase meia-noite na Rua Duvivier, em Copacabana, onde o amigo Thiago, vulgo Haule, nos esperava. Antes de dormir ainda conversamos por umas duas horas e nos entretemos com a quantidade de livros e música do seu AP.

The paulistanos (people born in the city of Sao Paulo) were already heading home from work when we left Sao Paulo in direction to Rio (400km), our first destination. Our long waited 45 days trip along the Brazilian coast was about to begin. In Copacabana, Tiago, our friend and host was already waiting for us. Wasn’t it for Lili stepping on a dog’s shit, the arrival would have been perfect!

Rio de Janeiro - 15 a 17/01/2009


Lagoa Rodrigo de Freitas com vista para o Cristo

Jardim Botânico

Vista do Pão de Açucar na praia de Botafogo

Lagoa de Araruama (viagem do Rio de Janeiro a Buzios)
Com o anitrião Thiago em Copacabana

Na Cinematheque com Diogo e os primos Vivi e Sérgio

Gostaríamos de permanecer mais tempo na cidade maravilhosa, mas decidimos ficar apenas um dia inteiro para priorizar no nosso roteiro lugares que ainda não conhecíamos e que são mais distantes de São Paulo. Com o tempo escasso, tivemos que fazer malabarismo para fazer city tour e visitar diversas pessoas queridas que vivem no Rio de Janeiro. A nossa base foi a casa do Thiago, que mora a poucas quadras da praia de Copacabana e nos recebeu muito bem, como de costume. Durante o dia demos uma volta na lagoa e na orla do Leblon a Copacabana e visitamos dois lugares que nunca havíamos estado em nossas viagens ao Rio: Jardim Botânico e Jóquei Clube. No final da tarde começamos nossa peregrinação de visitas a amigos e familiares. O aperitivo foi na companhia da Clarinha e do Aluizio, no apartamento deles no Jardim Botânico, o jantar foi com os primos Vivi, Sérgio, Iracema e Ronaldo na Cobal do Humaitá e a balada foi na Cinematheque (Botafogo), onde além dos primos e do João, encontramos com o Dioguera, que estava passando férias no Rio depois de morar na Etiópia e antes de embarcar para o Suriname. No dia seguinte, ainda deu tempo de encontrarmos com Saci, amiga hungara da Lili, e seu marido carioca Eduardo, em Niterói, antes de irmos pra Buzios.

Rio is an amazing city and for that reason we would like to have stayed longer than 2 nights, but due to the extensive itinerary we had to prioritize places where we haven’t been before. Short in time, we tried to squeeze in meeting with friends and family in addition to some tourism to the Bothanic Gardens where we hadn’t been before.

Bizarrices do Dia:

- 15/01/2009: Depois de quase 7 horas de viagem e muita chuva a Lili chegou ao Rio de Janeiro literalmente pisando na merda. Logo que desceu do carro ela enfiou seu tênis nas fezes deixadas por um cachorro bem na entrada do prédio do Thiago. Sem exageros, foi um dos cocos mais fedidos que já senti, prejudicando sensivelmente a qualidade do ar no caminho ate o AP do Thiago e avariando o tênis da Lili.

- 16/01/2009: Ao estacionar o carro a uma quadra da casa do Thiago voltando do Cinematheque nós presenciamos uma cena no mínimo picante. Um casal, provavelmente recém formado na boate ao lado, estava de fato fazendo sexo em pé, na calçada, encostado na parede de um prédio, sem se incomodar com as pessoas que passavam pela rua ou com os motoristas do estacionamento ao lado que assistiam tudo de camarote. Outro casal tentava fazer o mesmo do outro lado da rua quando estacionamos o carro e acabamos atrapalhando um pouco o entusiasmo deles. O Rio realmente é uma cidade ¨caliente¨.

Búzios e Região - 17 a 20/01/2009


Búzios no começo da noite

Orla Bardot em Búzios

Praia Brava em Arraial do Cabo

Outra foto da Praia Brava - lugar paradisíaco

Arraial do Cabo com Praia do Farol na direita

Praia do Forte em Cabo Frio

A região de Búzios impressiona tanto pela beleza natural como pela estrutura existente. Estivemos por lá em uma época lotada de gente por ser feriado no Rio de Janeiro (São Sebastião) em pleno verão. Utilizamos Búzios como base, mas também exploramos Cabo Frio e Arraial do Cabo e vimos que cada uma tem seus encantos a oferecer. Gostamos muito do centro de Búzios. O calçadão da Rua das Pedras, a Rua Manoel de Farias e a Orla Bardo não perdem para nenhuma cidade turística grega no quesito gente bonita, charme e badalação. Além do centro também conhecemos as praias de Geribá, Ferradura e João Fernandes. Se Búzios se destaca principalmente pelo centrinho, a beleza de Arraial do Cabo está nas paisagens paradisíacas. Depois de algumas voltas de carro e fotos do Pontal do Atalaia e de alguns outros mirantes na companhia do André (morador de São Caetano mas profundo conhecedor da cidade), resolvemos fazer um passeio de barco para conhecer mais a fundo as maravilhas desse local. Com o passeio confirmamos o privilégio de conhecer um paraíso como Arraial, com praias lindíssimas de águas transparentes (apesar de um pouco frias, é verdade), areia muito fina, pedras e morros cobertos de vegetação. A praia do Farol é impressionante, figurando entre as mais bonitas que conheci. Em Cabo Frio conhecemos outro lugar maravilhoso: as dunas da Praia do Forte. Cabo Frio é uma cidade relativamente grande, com muitos prédios e entupida de pessoas, mas nos agradou muito pela beleza e preservação das praias e das dunas, pelo ordenamento urbano com todos os prédios baixos e por juntar mar, dunas e um rio cheio de barcos e restaurantes na beira. Foi num desses restaurantes que paramos para jantar uma pizza, antes de regressarmos a nossa pousada.

Buzios is a popular beach destination located app. 2 hours north from Rio. The region is known for its cold (for Brazilian standards) blue waters and great infrastructure, with cosy restaurants, famous boutiques and a lot a pretty people. Despite of the loads of cariocas (people born in Rio) visiting the city due to a local holiday, we were able to find a pousada (B&B) and explore the beaches of Arraial do Cabo and Cabo Frio, two neighbour cities. While Buzios is famous for its nightlife, Arraial do Cabo impresses for its beautiful sceneries. In Arraial do Cabo we took a boat to Praia do Farol, a hidden paradise beach with transparent waters and white sand located in a nearby island. In Cabo Frio the main beach, which is located in the city centre, impresses for its dramatic white sand dunes creating a great natural barrier between the beach and the city. A river packed with restaurants and bars adds more charm to this already interesting place.

Bizarrices do Dia:

- 17/01/2009: O personagem da coluna bizarrice do dia ficou por conta do colCHÃO da pousada da Rua de Lingüiça (em Búzios) que provavelmente consegue ser mais duro que o CHÃO do quarto.

- 18/01/2009: Eu já vi baratas grandes, mas poucas vezes do tamanho das que habitavam nosso quarto na pousada Canto da Cigarra. O encontro com essas ilustres, porém malacafentas, anfitriãs ocorreu novamente no dia seguinte assim como nos demais cômodos da hospedaria. Por isso a pousada da Rua da Lingüiça virou protagonista da bizarrice do dia pela segunda vez.

- 19/01/2009: A Lili começou o dia batendo com a cabeça no ventilador. Tá certo que foi por uma razão nobre já que o feito ocorreu enquanto me ajudava na fisioterapia. O fato é que a batida na cabeça afetou um pouco seu tele-encéfalo altamente desenvolvido principalmente no setor onde controla o desejo por doces. Para exemplificar praticamente uma das conseqüências do dito incidente posso citar o caso do churros. No caminho para o restaurante a beira do rio, onde iríamos (e de fato fomos) jantar, a Lili em total falta de controle ficou estarrecida com uma seqüência de carrinhos de churros anunciando uma variedade de sabores que transitava entre 50 e 87. Ela não teve dúvida e freou bruscamente o carro para desesperadamente pedir um churros tamanho família de doce de leite. Apesar de ter se encantado com a quantidade de sabores ela preferiu não inovar. Terminado o churros gigante, fomos para a pizzaria e curiosamente a Lili mal agüentou um pedaço de Pizza e tivemos que pedir para o garçom embrulhar 80% da comida para levarmos para a pousada. Eu, como irmão solidário e companheiro que sou também comi um churros e tão pouco agüentei comer muita pizza. Felizmente, para sorte de nossas barrigas e das balanças e para o azar dos doceiros da cidade, no dia seguinte ela já havia se recuperado da batida na cabeça.

Espírito Santo - 20 a 22/01/2009


Fim de tarde em praia na Ilha do Boi em Vitória

Lili caminhando nas dunas de Itaunas

Estrada entre Itaúnas e Caraíva, já na sul da Bahia
Eu e a Lili com nossos hosts de Vila Velha: Felix e Lucas

Passamos relativamente rápido pelo Espírito Santo, novamente para priorizar lugares que ainda não conhecíamos, e optamos por dormir em Vila Velha e Itaúnas. Em Vila Velha fomos muito bem recebidos pelo Lucas (couchsurfer que surfou o sofá da casa da Lili em Dublin) e por seu amigo Felix. O Felix é um holandês muito gente boa que está vivendo há 10 intensos meses no Brasil, onde já morou até em favela no RJ e conseguiu em pouco tempo assimilar de forma impressionante tanto o idioma como a cultura do país. Os dois nos levaram para conhecer as ilhas do Boi e do Frade e depois a um tour gastronômico pelas cidades de Vitória e Vila Velha, com direito a esfiheria, restaurante de frutos do mar (Caranguejo do Assis) e um bar-pizzaria (Don Camaleone). Em Itaúnas, fomos direto para a casa de Alzira e Claudentino, onde eu havia me hospedado nas duas oportunidades que estive na vila, e acabei encontrando a filha deles, Gabriela, que me disse que a família toda havia se mudado para Conceição da Barra. Comemos umas tapiocas e conversamos bastante com Gabi e seu primo Lucas antes de sairmos em busca de uma pousada. À noite intercalamos passadas pela tapiocaria onde Gabi está trabalhando com outras atrações como música ao vivo no Bar da Ponte e uma cerveja na companhia agradável de Clarissa, Sara e Ge. No dia seguinte, antes de pegarmos a estrada pra Bahia, ainda demos uma caminhada pelas famosas dunas de Itaúnas.

After 6 hours driving north along the states of Rio de Janeiro and Espirito Santo, we overnighted in Vila Velha which is one of the main cities of the latter. Our host this time was Lucas, a couch surfer who had already stayed at my place in Dublin. Lucas and Felix, a cool dutch guy who has been in Brazil for 10 months and speaks perfect Portuguese, took us around Vila Velha and Vitoria and showed us a bit of the local nightlife.

Itaunas is a hidden gem on the northcoast of Espirito Santo. It is said to have been formed by former slaves on a dunes area near the coastline; however, with the movement of such dunes, the entire village was buried forcing the locals to migrate to the opposite side of the river. Despite of this fact, hundred and twenty years later, the village of 1.500 inhabitants hasn’t changed much. Today the area is preserved as a national park and its beauty is breathtaking. As soon as we arrived Ricky recognized Gabriella, a girl who he met 5 years ago and who was at the time 10 years old. He had stayed at her family’s house on a previous visit and we spent a long time catching up all the happenings of the last 5 years. At night we ended up at a birthday party where live music was going on and despite of not knowing the birthday girl we were served barbecue and cake.


Bizarrices do Dia:

- 21/01/2009: a noite de Itaunas ainda estava um pouco desanimada quando fomos atraídos pelo timbre grave do Jamaica Forrozeiro, que cantava Zé Ramalho no Bar da Ponte. Não titubeamos em nossa decisão de adentrarmos ao recinto e logo buscar uma mesa para nos acomodarmos. Antes dos primeiros goles da cerveja que eu tinha pedido, percebemos que havíamos invadido uma festa de aniversário. Todos, a não ser nós dois, estavam lá para celebrar o cumprimento de mais uma primavera de uma tal Mariana. Em pouco tempo eles estavam servindo churrasco pra gente e a Lili saboreava um pedaço do bolo de aniversário. Só migramos de bar depois que metade dos convidados já havia subido ao palco (na areia) para dar uma palhinha e quando o ambiente estava com clima de fim de festa.

- 22/01/2009: todas as pessoas que conversamos nos aterrorizaram muito em relação às condições da estrada no sul da Bahia. Para falar a verdade, não achamos que o asfalto estava tão ruim a não ser nas pontes. Aí sim a coisa era complicada. No começo surgiam alguns pequenos buracos. Com o tempo eles aumentavam em quantidade, tamanho e profundidade até um ponto em que os buracos tornavam a regra e a estrada virava a exceção. Nesse ponto era quase mais prudente dirigir nos buracos e desviar de qualquer coisa que se parecesse com a estrada do que tentar se equilibrar nos poucos pedaços que ainda sobravam dela.

Caraíva – 22 a 25/01/2009


Principal rua da vila de Caraíva

Crianças da tribo Pataxó vendendo artesanato indígena na Barra, em Caraíva

Encontro do rio Caraíva com o mar

Futebol entre o mar e a praia

Travessia pelo rio Caraíva

Dona Rita e Seu Cosme: hospedagem e muitas histórias em Caraíva

Com o Puca no Bar do Porto (ou pizzaria do francês)

Chegamos a tão sonhada Bahia e nosso primeiro destino nesse estado foi incrível. Três dias sem ver nem ouvir qualquer tipo de automóvel já seria suficiente para a gente relaxar e aproveitar o lugar, mas Caraíva oferece muito mais que isso. As duas horas de estrada de terra esburacada e a travessia do rio com as malas foram mais do que recompensadas pelo encanto desse vilarejo com pouco mais de 500 habitantes, localizado no encontro do rio Caraíva com o mar, contanto com ruas de areia, nativos gente boa e um estilo de vida muito saudável e rico nas relações humanas. Nós alugamos uma casinha de quarto e banheiro no quintal da casa do Seu Cosme e da Dona Rita, que nasceram na vila há mais de 70 anos. A casa é mais bem localizada que qualquer pousada, situada na rua principal, que beira o rio. Nesses três dias andamos de caiaque, curtimos praia de rio e praia de mar, conversamos com diversos nativos, assistimos ao batismo da capoeira do povo da vila, fomos ao forró e curtimos um chorinho no Bar do Porto, em frente ao rio. Além disso, encontramos inesperadamente com o Puca (amigo da Lili de Dublin) e o Pezão. O mais difícil foi ir embora de um lugar tão especial.

After driving more than 1,000 km we finally reached Bahia State, where we aim to stay most of the time during our journey. Bahia is larger than Spain and its coastline is one of the best and most well known in Brazil for its infinite coconut beaches, dramatic cliffs and historical fisherman’s villages. Caraiva, our first stop in Bahia, is a small and enchanting fisherman’s village located on a peninsula where cars are not allowed and access is through 40 km of tough dirt road and 10 minutes of canoe. Three days without seeing or hearing any type of cars or other motor vehicles have compensated every minute of our trip to get there. We rented a bungalow on the backyard of a cute native couple on theirs 70’s, Dna Rita e Seu Cosme, and from them we heard many stories from the past years of this village. Our 3 days stay was almost not enough for everything we decided to do there: riding kayak in the river to see the mangroves, swimming and bathing both on the beach and in the river, watching the natives being baptised in capoeira, listening live chorinho and dancing forro at night. We also met unexpectedly Puca, Lili’s friend who used to live in Dublin, and is now spending holidays in Brazil. It was difficult to leave such a special place.

Bizarrice do Dia:

- 24/01/2009: tem vezes que sentimos que somos turistas despreparados. A Lili com suas havaianas e eu com minha papete julgávamos estar bem preparados para enfrentar as ruas de areia quente e o sol causticante da vila de Caraíva. O que não esperávamos era que a areia fosse tão fofa a ponto de nossos pés se enterrarem à medida que caminhávamos e nossos chinelos não darem conta da quentura que a gente sentia. Parecia que iam formando queimaduras em nossos pés e pernas que aos poucos escalavam de grau em grau até ficar quase insuportável. Tivemos que caminhar de sombra em sombra (sendo que quase não existiam árvores nas ruas de areia) até chegar à praia pelo caminho mais longo e esfriar nossos pés no mar.

- 24/01/2009: esta bizarrice é para os que me acusaram de só escrever fatos bizarros sobre a Lili. Depois de 10 dias de viagem eu tomei meu primeiro tombo. Andando na praia de Caraíva, ao olhar para o lado onde estava uma mulher bastante exótica, acabei tropeçando em um galho e caindo no meio de um campinho de futebol improvisado na areia, interrompendo inesperadamente o jogo da molecada, que só voltou a peleja depois que eu me levantei e segui minha caminhada. Ainda não consegui classificar a cena em hilária ou patética, acho que as duas na mesma proporção.

- 24/01/2009: o caminho mais curto entre dois pontos é uma reta. A teoria nós sabemos desde o primário, mas colocar isso em prática ao remar rio a cima um caiaque de dois lugares não foi tão fácil assim. Acho que o primeiro trajeto, que em linha reta deveria ter aproximadamente 2 km, foi estendido para uns 10 pelo nosso movimento em zigue-zague, sem falar nas vezes que eu batia o meu remo no da Lili. Pelo menos fizemos um bom exercício para o braço e aos poucos conseguimos melhorar nosso rendimento e chegar até a prainha do rio Caraíva.

Trancoso e Arraial D`Ajuda – 25 a 30/01/2009


Casas coloridas do Quadrado de Trancoso

Casa em Trancoso

Canga mostrando que chegamos à Bahia

Paty e Lili caminhando em Arraial D´Ajuda

Almoçando no ¨Portinha¨, no Quadrado, com Mário e os primos Dedé e Lulu

Festinha na casa do Mário

A nossa amiga Paty chegou a Porto Seguro no domingo, dia 25 de janeiro, para passar 10 dias com a gente. Já com a Paty, fomos pra Trancoso, onde ficamos 3 dias na casa do Mário, amigo da Lili que ela e a Paty conheceram em Dublin. Nesses dias comemos algumas vezes no restaurante Portinha, andamos bastante pelo Quadrado (praça localizada em cima da falésia que tem vista para o mar, onde existe um imenso gramado com casinhas coloridas que abrigam lojinhas, restaurantes e pousadas requintadas) e curtimos o fim de tarde escutando música no bar Tostex, na praia dos Nativos. No último dia, o Mário organizou uma festinha em sua recém construída casa. De lá fomos pra Arraial D´Ajuda, que fica a poucos quilômetros dali. Em Arraial nos hospedamos na casa dos primos Tuca, Estela, Dedé e Lulu, que se mudaram há uns bons anos pra Bahia. Relaxamos por dois dias aproveitando a piscina e dando umas voltas pelas ruas charmosas do movimentado centrinho: Estrada do Mucugê, Beco das Cores e Broadway.

Our friend Paty has arrived last Sunday to spend 10 days travelling with us. After picking her up at the airport in Porto Seguro we went to Trancoso to visit Mario, Lili and Paty’s Brazilian friend who lives in Dublin and has just built a house in the outskirts of Trancoso. Trancoso is a very charming village located on the top of a cliff, which offers magnificent views of the coast. The houses and the church on its main square (O Quadrado) are protected by the government due to its historical facades and some of them are now home to luxury pousadas, restaurants and shops. Mario’s hospitality was great and during our stay we could relax at his very cosy house, ‘flaner’ at the main square, meet some of Mario’s friends at a gathering he organized at his place and enjoy the sunset at the beach. From Trancoso we drove to Arraial d’Ajuda, a nearby city where we visited our cousins Tuca, Estela, Dede e Lulu, who have moved there many years ago. We ended up staying 2 nights with them and taking some time to relax at the swimming pool and updating the blog.

Bizarrice de Dia:

- 25/01/2009: Poucos segundos após exaltar com veemência a sensação agradável proporcionada pelo contato com a natureza na casa do Mário, Lili saltou desesperada ao ver um ¨inseto-folha¨ pousar a menos de um metro de onde estava sentada. O desespero foi maior quando o ¨bicho-galho¨ também se aproximou. Poucos dias depois, uma felicidade a contagiou quando viu que os primos de Arraial tinham aquelas raquetes que eletrocutam os insetos. Não preciso dizer que a raquete foi sua diversão madrugada adentro, movimentando-a a qualquer inseto que se aproximava e quase acertando a cabeça da Paty, que tentava dormir na cama ao lado. Pelo que podemos ver, para a Lili o contato com a natureza é bom, pero no mucho.

- 26/01/2009: Viajando tantos quilômetros sempre imaginávamos que algo poderia acontecer com o carro, como um pneu furado, um atolamento ou coisa do tipo. O que não imaginávamos era que o grande problema com o automóvel seria seu cheiro. Até o Espírito Santo estava tudo certo, mas no sul da Bahia dois fatores contribuíram pra piorar sensivelmente a qualidade do ar de nosso veículo. Um deles surgiu em Caraíva, já que sempre que colocávamos nossas roupas para secar no varal era como se fosse a dança da chuva dos índios Pataxós. Podia não haver nenhuma nuvem que em poucos minutos tudo mudava e começava a chover em nossas roupas. Esse molha e seca acabou fazendo com que a roupas ficassem com cheiro de cachorro molhado. As mais afetadas foram a toalha roxa da Lili e minha bermuda azul. Como se isso não bastasse, saindo de Caraíva demos carona para 5 pessoas (isso mesmo) que tomavam chuva e carregavam malas e a feira da semana. Não sei se por eles estarem molhados de chuva ou pela possível pouca freqüência com que se banhavam, mas o fato é que notamos que o aroma já contaminado do Honda ficou ainda mais prejudicado. Nem o lava-rápido de 2 horas e R$ 30 em Trancoso deu solução ao problema. Quer dizer, depois de um tempo não sentíamos mais nada, ainda não sei se o cheiro foi embora ou se nossas narinas já se adaptaram.

Itacaré – 30/01 a 01/02/2009


Paty e Lili ao entardecer na Praia da Concha

Praia de Itacarezinho

Lili maravilhada com o mar de Itacaré

Canoeiro próximo a balsa Itacaré-Maraú

A caminho de Itacaré paramos em Ilhéus pra conhecer um pouco a cidade e almoçar no restaurante Vesúvio, imortalizado por Jorge Amado em ¨Gabriela Cravo e Canela¨. Chegamos à Praia da Concha, em Itacaré, justo após o pôr-do-sol, mas conseguimos curtir um pouco o visual antes de decidirmos por uma pousada na Rua Pituba, que é repleta de restaurantes e bares. Aproveitamos bastante as belezas naturais que existem nessa cidade especial, como a praia de Itacarezinho e a Cachoeira de Tijuípe. Nas noites que passamos por lá comemos em bons restaurantes desde peixe e tapioca a falafel, e tomamos uns ¨drinks¨ no bar do ¨Família¨.

Our next destination in Bahia was Itacare, located on the Cocoa Coast, due to its economy have been based on the cocoa production for a long time. On the way to Itacare we stopped in Ilheus to visit the city where the famous writer Jorge Amado was raised. We arrived in Itacare just after the sunset and had time to enjoy the view before starting the hotel hunt. Itacare has beautiful difficult access coconut beaches but due to the lack of time we only visited one of them, the most famous Itacarezinho and a nearby waterfall named Tijuipe, where we swam in its beautiful pool.

Bizarrice do Dia:

- 30/01/2009: durante nosso trajeto presenciamos algumas placas de sinalização bizarras, como uma que indicava ¨Rodovia Sem Saída¨. Nesse dia vimos uma que dizia: ¨São Cristovão – Padroeiro de Ventania – Ao Passar Buzine 3 Vezes¨. Vai entender!

Barra Grande – 01 a 03/02/2009


Carol mergulhando na Baia de Camamu

Visual da praia de Barra Grande

Praia de Barra Grande

Por do Sol na Ponta do Muta

Vendedor de praia em Taipu de Fora

Pescadores puxando a rede em Taipu de Fora

Menino pulando do pier de Barra Grande

Aguas transparentes na praia da Pedra Furada

Ilha paradisiaca na Baia de Camamu

Apesar de algumas pessoas afirmarem que a estrada pra Barra Grande só pode ser enfrentada por carros 4x4, encaramos o desafio. A aventura foi menor do que imaginávamos e chegamos sem muitas dificuldades à maravilhosa praia de Taipú de Fora, depois de uma breve parada na praia de Algodões. A península do Maraú – onde está localizada a vila de Barra Grande – é realmente espetacular, um dos lugares mais bonitos que conheci. Trata-se de um pequeno paraíso que conta com praias com corais e piscinas naturais, lagoas, rios e uma Baia repleta de ilhas lindíssimas. A vila é muito simpática e charmosa, com ruas de areia e duas praças com restaurantes. Bares com esteiras, puffs e almofadas na praia, ao lado do píer, completam esse cenário incrível. No primeiro dia aproveitamos as piscinas naturais de Taipú de Fora e no dia seguinte fizemos um passeio de barco por 5 ilhas, uma mais linda do que a outra, onde conhecemos as campineiras Carol e a Giovanna, um casal de italianos e outro de argentinos, todos muito gente boa. Como se ja nao bastasse toda a beleza desse lugar, o sol ainda se põe na Baia de Camamú, proporcionando um dos entardereces mais lindos que ja presenciamos.

Although many people discouraged us to drive to Barra Grande due to its unpaved bumpy and sandy road where only 4x4 vehicles are able to drive through, we have decided to try it with our Honda Fit. The adventure was less exciting than we had predicted and we were able to arrive without any problems. Our first stop was Algodoes and after the paradise Taipu de Fora, where coral reefs form natural clear water pools. The Marau peninsula, where Barra Grande is located, is definitely one of the best places I have ever been. A small paradise sitting on the Camamu Bay where you find numerous islands which can be visited by boat. Despite of the increasing tourism, the village still preserves its original size – 2 main dirt roads, 2 squares, one of which the only church is located, and some more modern restaurants. As if it wasn’t enough features for a paradise, the sun sets on the Camamu bay, enabling us to enjoy one of the best views of the trip.

Bizarrice do dia

- 03/02/2009: A bruxa estava solta nesse dia 3 de fevereiro de 2009. Acordamos com o barulho da chuva bem no dia o qual teríamos que percorrer 50 km de uma estrada de terra que fica praticamente interditada quando chove. Felizmente o tempo mudou e o sol reinava quando deixamos Barra Grande, já um tanto atrasados pois a Paty partiria em algumas horas de Ilheus. No caminho caímos em um buraco que avariou um pouco o carro, dando inicio a um ruído estranho e entortando de leve a parte da frente. Por isso, tivemos que perder um bocado de tempo em Itacaré analisando a situação do veículo. Entre Itacaré e Ilhéus a viagem foi uma aventura, com a Carol não se sentindo bem com tantas curvas e a gasolina praticamente secando sem ter nenhum posto no caminho. Chegando a Ilhéus a Paty ainda teve complicações com seu vôo e, como estava ficando tarde, tivemos que desistir da idéia de seguir viagem pra Boipeba. Cansados, encontramos uma pousadinha bem chumbrega pra pernoitar em Ilhéus e esperar um dia seguinte com um pouco mais de sorte.

Morro e Boipeba – 04 a 07/02/2009


Chegada a Morro de São Paulo

Entre a Ilha de Tinharé e a Ilha de Boipeba

Meninos se divertindo no Rio do Inferno

Praia de rio em Boipeba

Luau em Morro de São Paulo com Gustavo e Carol

Com a presença da campineira Carol deixamos o carro em Valença e pegamos a ¨lancha rápida¨ para Morro de São Paulo. Conhecemos a Carol no passeio de barco em Barra Grande e ela substituiu a Paty como terceiro elemento da viagem, participando de nossa jornada até Recife. Hospedamos-nos na 2ª praia, que tem uma faixa de areia tão grande que serve também de rua e ¨calçada¨ para as mesas dos restaurantes, e conhecemos o também campineiro Gustavo, que nos foi apresentado pela Carol. Morro de São Paulo, situado ao norte da ilha de Tinharé, é um dos destinos prediletos dos estrangeiros que visitam o Brasil. Certamente havia mais turistas gringos do que brasileiros, principalmente argentinos, chilenos, italianos e israelitas. É curioso ver a integração entre nativos e turistas, tanto no futebol da praia, como na capoeira e nos relacionamentos formados no luau da praia e nas festas que acontecem na ilha. Durante nossa estada aproveitamos tanto o dia – nadando pelas piscinas naturais, passeando de caiaque com fundo transparente que permite ver os corais, etc. – como a vida noturna da 2ª praia com suas inúmeras barracas de caipirinhas e batidas. No último dia fizemos um passeio de barco pela região e, enquanto os demais passageiros (inclusive a Carol e o Gustavo) voltaram a Morro, eu e a Lili ficamos uma noite em Boipeba. O mais difícil de Boipeba era sair das águas calmas e mornas do Rio do Inferno, que tem esse nome devido aos índios que matavam os portugueses que encalhavam em seu leito. No barco entre Boipeba e Valença (onde havíamos deixado o carro) conhecemos o casal de chilenos Juan Pablo e Fernanda e acabamos dando carona pra eles até Salvador, aonde chegamos de balsa via Itaparica.

To arrive in Morro de São Paulo we took a 30-minute boat. Our car was left in a parking lot in Valença, where it rested for 5 days while we hopped around the islands of Tinhare (Morro de São Paulo is located on the north part of this island) and Boipeba – cars are not allowed in those islands. At the same time that our friend Paty left us, we met Carol, who decided to travel with us for a while. Together with Carol we found a place to stay at the second beach in Morro de São Paulo and started to explore the island, which is one of the favourite spots for foreigners visiting Brazil. At this time of the year there were more foreigners than Brazilians and its curious to see the integration between them be it in the footbol game, the capoeira or the moonlight parties on the beach. Carol introduced us to Gustavo and the four of us had the greatest time canoeing, swimming on the reefs and visiting different beaches. On the last day we took a boat trip to Boipeba where we decided to overnight, while Carol and Gustavo returned to Morro. Many of our friends had already mentioned Boipeba as a paradise island. It is indeed beautiful and much calmer than its neighbour Morro de São Paulo. There the village is still very remote and we could watch the boats arriving with all supplies to the village, including all the food we eat, bicycles, furniture, clothes, gas for the kitchens, construction supplies, etc. On the boat back to Valença we met a couple from Chile who joined us till Salvador, where they would have their flight and we would spend the next days.

Bizarrice do Dia:

- 05/02/2009: Jantamos um bobó de camarão carregado de azeite de dendê. Essa refeição alterou de leve meu roteiro turístico em Morro de São Paulo. Em vez de praias, piscinas naturais e morros, nas horas seguintes o que eu mais visitei na ilha foi o banheiro da pousada.

Salvador e Praia do Forte – 07 a 09/02/2009


Salvador vista de cima do Elevador Lacerda

Pelourinho

Farol da Barra ao entardecer

Tartaruga do projeto TAMAR, em Praia do Forte

Ficamos pouco tempo em Salvador e acabamos priorizando os pontos mais turísticos, como a Cidade Alta (Pelourinho), Elevador Lacerda, Farol da Barra, Mercado Modelo e Campo Grande. Nós ficamos em um hotel no Corredor da Vitória e no domingo tivemos a companhia da Carol e do Gustavo, que chegaram de Morro de São Paulo. No final da tarde o Gustavo foi para o aeroporto e nós três seguimos pra Praia do Forte, passando por Itapuã. Na Praia do Forte demos umas boas caminhadas pela vila (Calçada do Sol), nos hospedamos em um albergue e conhecemos a sede nacional do Projeto TAMAR.

The stay in Salvador was short and we only had time to visit the Pelourinho, the historic part of the city with its coloured facades and cultural sites, and its surroundings. Carol and Gustavo rejoined us on the second day for lunch and in the evening Gustavo left to the airport while the 3 of us drove to Praia do Forte to overnight and visit the sea turtles of the TAMAR project.

Bizarrice do Dia:

07/02/2009: Tem gente que fala que a melhor forma de conhecer uma cidade nova é se perdendo por ela. Não era bem isso que buscávamos ao chegar a Salvador, até porque o sol já havia se posto e nós estávamos cansados. No entanto, o que a gente rodou dentro da capital bahiana dava quase pra voltar pra casa. Apesar de passar por todos os cantos atrás de um hotel que tínhamos visto, sempre chegávamos ao mesmo lugar: Praça Campo da Pólvora ou Avenida Sete de Setembro. A partir do momento que desistimos do hotel inicial e resolvemos ficar em qualquer lugar na Av. Sete de Setembro, a avenida sumiu e só conseguíamos encontrá-la nos trechos onde ela era contramão. Duas horas depois, quando quase nos dávamos por vencidos, acabamos chegando ao corredor da Vitória e entrando em um dos piores hotéis que ficamos na viagem, pagando o preço mais caro até o momento. Mesmo assim, não pensávamos em voltar para o carro pra procurar mais nada. Poucas vezes nos perdemos tanto, só não perdemos foi o bom humor.

08/02/2009: Apesar de possuírem diversas alças, as malas da Carol e do Gustavo deram muito trabalho pra gente em Salvador. Só pra ter uma idéia, a da Carol cabe mais de 80 litros e é praticamente mais alta que eu. Para não ficar levando as malas pra passear pelas ladeiras do Pelourinho, a dupla campineira decidiu deixá-las em uma barraca no Mercado Modelo, sem poder imaginar que aos domingos o mercado fechasse às 14h. Portanto, quando fomos buscar as ditas mochilas, no meio da tarde, todas as barracas estavam fechadas e só havia seguranças e faxineiras no recinto. Ficamos aliviados quando a Carol percebeu que a portinha da barraca estava destrancada, mas o segurança fez questão de esfriar nossos ânimos alegando que não poderia permitir que invadíssemos uma propriedade alheia. O caso chegou ao supervisor, que estava tranquilamente sentado em frente ao mercado, sem camisas, com os pés pra cima e com uma manicure lhe fazendo as unhas dos pés. Ter que sair de sua cômoda posição e interromper sua seção estética lhe irritou a ponto de afirmar que resolver o caso das mochilas podia lhe custar a vida. Depois de pedir um cigarro, declarando que tudo isso lhe havia deixado muito nervoso, ele consentiu que as malas fossem retiradas, desde que os seguranças anotassem com mínimos detalhes o ocorrido. Isso dito, os seguranças começaram a escrever a uma velocidade de duas palavras por minuto, um boletim de ocorrências tão minucioso que mais parecia um livro. Muito tempo depois, o livro foi finalizado, lido e assinado, permitindo que o Gustavo saísse correndo contra o tempo para não perder seu vôo e que a gente seguisse nossa viagem. Que malas!